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Filhos do garimpo e a união de Marcos Rocha, Hildon Chaves e Marcelo Cruz


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Considera-se “legalista” ou “punitivista” o juiz que prefere aplicar o rigor da lei e “garantista” o adepto de assegurar ao réu suas garantias constitucionais. Na verdade, para os assuntos em geral, todos são garantistas, pois a bússola que seguem é a Constituição, mas há casos em que a punição serve de exemplo para a sociedade, como na perversidade da corrupção.

Na Amazônia, as atrocidades são tantas e a permissividade com o crime tão duradoura que há forte apelo pela punição dos culpados, mas há também reflexões sobre a situação das famílias dos garimpeiros. Um avião incendiado pelas autoridades policiais recebe aplausos gerais, mas a repressão aos garimpeiros ilegais abre uma questão social: depois de tanta permissividade, milhares de pessoas foram recrutadas para trabalhar nas áreas de garimpo sem ser malvadas como vistas nos filmes distópicos nem ser asseclas do crime organizado.

São só trabalhadores cujas famílias serão as primeiras a sofrer problemas sociais. Um desafio para punitivistas e garantistas. Quando a agricultura do Sul se mecanizou, camponeses expulsos da terra saíram em busca de trabalho no Norte deixando crianças abandonadas que depois caíram nas garras do tráfico de drogas e do contrabando por falta de ocupações. Por volta de 2030 já haverá gente lacrimejando ao ver reportagens sobre a dura vida dos filhos de garimpeiros abandonados em 2023.

Baita revoada

Além de uma grande revoada de garimpeiros que estava faiscando em Roraima, na reserva Yanomani, se constata em Rondônia uma baita revoada de imigrantes brasileiros que estavam em Portugal, e pelos mais variados motivos – desde o custo de vida, do aluguel, de desemprego – estão de retorno a terrinha, como andorinhas com as asas avariadas e cheia de dor. A aventura nos Estados Unidos e na terra de Camões também é investigada pela Policia Federal que a tempos tem acompanhado o movimento migratório desenvolvido por coiotes, os intermediários no tráfico de pessoas para o estrangeiro.

Novo partido

O MBL, movimento de direita, liderado pelo deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-São Paulo) está abrindo seus primeiros movimentos para se tornar um partido político. Atualmente o MBL seta instalado no União Brasil, partido que virou um saco de gatos, com parlamentares oriundos de várias legendas. É um longo caminho para a criação deste parido, lembrando que o próprio Jair Bolsonaro, ex-presidente tentou criar uma legenda para chamar de sua e não conseguiu cumprir as exigências da legislação eleitoral, optando então, por se filiar ao PL, de Valdemar da Costa Neto.

Muito confortável

O governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) compareceu à sessão inaugural da 11ª legislatura da Assembleia Legislativa na quarta-feira e estava mais confortável do que gato em armazém. Contará com ampla maioria e até algum eventual oposicionista, como Laerte Gomes (PSD-Ji-Paraná) foi convertido para apoiar o Palácio Rio Madeira ganhando o posto de líder do governo na Casa de Leis. O que se vê é que Rocha não terá problemas na aprovação dos seus projetos no Parlamento estadual. Receio também que terá pouca fiscalização nos seus atos do Executivo.

Articulação funciona

Também na esfera municipal, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (União Brasil) não terá aborrecimentos com a oposição e tampouco seus atos fiscalizados naquela casa de leis. Conta com ampla maioria, serão a totalidade dos 21 vereadores nas suas mãos, embora alguns se declarem independentes. Se a casa de leis ampliar o quadro de representantes para 23, igualmente o serpentário estará domesticado, já que vereador adora indicar amigos e parentes em cargos públicos e não resistem mensalinhos. Conclusão: teremos mais uma geração de avestruzes robustas na ALE e na Câmara Municipal.

Pulando cirandinha

Com o governador Marcos Rocha, o prefeito Hildon Chaves e o presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Cruz, pulando cirandinha e mais unidos do que nunca, as expectativas em torno da construção da nova rodoviária de Porto Velho se renovam. Até agora só tivemos papo furado, pois nem a transferência da atual sede para a região do Cai N’agua foi feita e existe um longo caminho para o início das obras do novo terminal. Primeiro a reforma das instalações nas bandas do madeirão, depois a transferência da rodoviária para o local, para posteriormente começar as obras do terminal. Arre! É coisa para os netos de Rocha, Hildon e Marcelo Cruz!!!!

CARLOS SPERANÇA

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